terça-feira, março 27, 2007

Mini-Liga 7ª Jornada: Gaia United 2 - 1 InterDesportivo

O jogo já se realizou!

Antes de mais, quero dizer que quem se deslocou ao Pavilhão do Gaia viu, provavelmente, aquele que foi (pelo menos até agora) o melhor jogo da Mini-Liga desta época. Esta é a minha opinião e as opiniões valem o que valem, até porque não assisti a todos os jogos da Mini-Liga. Assisti ao jogo do Portus - Amigos da 1ª Volta e foi realmente um grande jogo, com muitos golos (era até hoje para mim o melhor jogo). Este não teve tantos golos, mas teve uma intensidade, velocidade, técnica, raça, luta e vontade tais que, é para mim e até agora, o melhor jogo da Mini-Liga 2006/2007.

A 1ª parte foi bastante disputada a meio-campo, com as equipas a encaixarem uma na outra e a haver muita luta a meio-campo. Foi uma grande 1ª parte, mas bastante longe da intensidade e dramatismo que a 2ª iria ter. Dá-me ideia que, analisando a frio, a 1ª parte tem um ligeiro ascendente do Inter. O Inter jogou mais cá atrás, na expectativa e ia tirando a bola aos nosso jogadores mais avançados (Ruca e eu), jogando na antecipação. E depois, claro está, bola a circular para o Vitinha e para o André que juntos formam uma dupla temível. É incrível a aceleração destes jogadores. São, sem sombra de dúvidas, os jogadores mais rápidos da Mini-Liga. Isto sem desmerecer o resto do plantel do Inter, que é composto por excelentes jogadores, mas realmente o Vitinha e o André são jogadores de um nível fantástico. E quem tem jogadores destes opta e bem por jogar em contra-ataque. E foi isso que o Inter fez bem na 1ª parte. Fechou-se muito bem cá atrás e saía rápidamente para o ataque por intermédio das combinações entre estes dois grandes jogadores.

E a verdade é que na 1ª parte, embora também tivéssemos tido as nossas chances (remates que, quase sempre, eram defendidos pelo GR substituto do Carlos - e diga-se que ter um substituto destes não é para qualquer um. Defendeu quase tudo o que havia para defender, não defendendo apenas o impossível. Quem esteve no Pavilhão pode dizer melhor do que eu a exibição dele. Bolas pelo ar agarra na maior das calmas, vai buscar bolas ao ângulo, é fantástico a fazer a mancha. Enfim, um grande GR que, disse-nos o Rodolfo mais tarde, jogou a GR nas camadas jovens do Benfica. Realmente nota-se), era o Inter quem era mais perigoso.

E num dos lances perigosos que teve chegou ao golo. E um golo fruto de um belo entendimento colectivo. Bola metida na diagonal a rasgar a nossa defesa para o Vitinha que de primeira mete a bola para o 2º poste, ficando o Nando com a baliza escancarada à sua frente e, com muita calma, fez o 0-1 para os azuis.

Bola ao centro, reinício do jogo. O Gaia United acusou um pouco este golo e viu-se um pouco remetido para a sua área. Foi um período díficil para nós, ainda para mais, quando faltavam 2m para acabar a 1ª parte, aconteceu o primeiro lance caricato do desafio: um choque entre o nosso Capitão Nelo e o nosso GR João Vítor. Na ânsia de cortar uma bola da nossa área, os nossos dois jogadores embateram violentamente um no outro. Resultado: Nelo fica com um olho completamente inchado por ter embatido na perna do João Vítor, que teve que sair imediatamente do jogo, devido a uma entorse.

Para o lugar do João Vítor entre o lesionado Paulo (que não tinha sido convocado para este jogo precisamente pela lesão que sofreu num jogo de amigos durante o decorrer desta semana), que estava na bancada a apoiar a nossa equipa. Foi só dizer-lhe para ir ao carro buscar o equipamento (que milagrosamente tinha trazido) e aí estava ele pronto para iniciar a 2ª parte, mesmo em nítidas dificuldades físicas. E aqui uma palavra de agradecimento para a equipa do Inter, que nos deu o tempo que precisávamos para que o Paulo fosse ao carro e se fosse equipar.

Nisto perderam-se cerca de 10m (os jogadores ficaram frios), tendo as três equipas em campo chegado a acordo relativamente a que a 2ª parte tivesse 22 minutos. Acordo esse que viria a ter influência no final dramático do jogo, como mais adiante iremos ver.

Mesmo assim, o nosso Capitão Nelo, contra todos os conselhos e com a garra que sempre o caracteriza, decidiu continuar em campo e iniciar a 2ª parte.

Início da 2ª parte e nova contrariedade para o Gaia United: o Nelo, numa disputa de bola a meio-campo, embate violentamente na nuca do Ruca e, de novo, fica estatelado no chão do Gaia United Arena, com um inchaço no sobrolho tal que era obrigado a sair de campo. Grande contrariedade para a nossa equipa, que se via privada de um dos seus dois bastiões defensivos: Nelo. O outro é o Diguinho.

Mas foi neste momento que a nossa equipa se uniu. Foi aqui que senti que podíamos ganhar o jogo. A raça do Gaia United veio ao de cima e aí o jogo mudou. Procedemos a alterações tácticas: Diguinho e Pedro (que agora recuava para o lugar do Nelo) a fazer duo defensivo; Ruca e eu (que tinha entrado para o lugar do lesionado Nelo - que já estava a fazer gelo) na frente.

E a verdade é que o Gaia United cresceu. Atrás estava um GR em dificuldades físicas mas que iria dar tudo por tudo; na defesa estava o Diguinho a comandar as operações e a organizar jogo e o Pedro (que fez um jogo a todos os títulos fantástico, quer a atacar, quer a defender). Com estes dois jogadores cá atrás, o Ruca e eu sabíamos que podíamos atacar, sem nunca esquecermos, claro, as preocupações defensivas.

Nos minutos seguintes, surge o nosso golo do empate, por intermédio de um meio remate-meio passe do Diguinho para o interior da área, tendo o Pedro aberto as pernas na pequena área, enganando por completo o GR do InterDesportivo. Estava feito o empate. Em minha opinião, este foi o nosso golpe de sorte no jogo e não o lance final em que fizemos o 2-1, como é opinião por parte dos jogadores do Inter. Se houve felicidade da nossa parte foi no 1º golo e nunca no 2º.

Depois deste golo começa aqui o grande jogo de futsal. Gaia United em franco crescimento - estávamos mais fortes fisicamente que o Inter - e começamos a cair em cima do Inter, a pressionar alto, a soltar rápido para o ataque. Mas o Inter também não se ficou e de novo o Vitinha e o André a deambularem na frente de ataque a darem muito que fazer ao Diguinho e ao Pedro. Mas estes nossos dois defesas estavam intransponíveis e o Ruca e eu recebíamos bastante jogo no ataque, em boas combinações de tabelas que podiam ter resultado em golo. Mas o Inter ia tendo as suas oportunidades também. Estava um ambiente fantástico no Pavilhão do Gaia. Muita vivacidade, lances fantásticos, magia por parte dos melhores intervenientes, lances de ataque e contra-ataque, parada e resposta, flagrantes oportunidades, excelentes defesas dos GR.

Nesta altura acontece outro episódio caricato do encontro. Lance individual do Vitinha, que finta dois jogadores, é interceptado pelo Diguinho, dois jogadores vêm em corrida por trás, projectam o Vitinha para a frente, que bate com os dentes no joelho do Diguinho e fica imediatamente a sangrar no chão. Mas um lance em que um jogador se magoava e, como é óbvio, o ambiente fervia. E então aí o Inter também cresceu e o jogo ficou animado e mais duro. Vimos os nossos 2 amarelos: Diguinho e eu, por faltas cirúrgicas, em que o André se escapulia por duas vezes para a nossa baliza, sem mais ninguém para ultrapassar a não ser o nosso GR Paulo.

Na jogada seguinte, mais uma vez, o GR do Inter mostra toda a sua classe. O Ruca e eu isolados cara a cara frente ao GR do Inter, Ruca toca para eu encostar para o fundo das redes, mas inacreditavelmente o GR consegue ir buscar a bola antes que ela chegasse aos meus pés. Não me perguntem como fez, pois penso que ninguém no Pavilhão conseguiu perceber como é que ele chegou áquela bola.

O Gaia United estava fortíssimo. Sentíamos que podíamos ganhar o jogo e começamos a arriscar mais (o que nos valeu grandes sustos devido ao sempre presete contra-ataque do Inter - um deles brilhantemente defendido pelo nosso GR Paulo, que faz uma mancha fantástica).

O Diguinho começou também a subir mais e senti que a hora do nosso golo vitorioso havia de chegar. Julgo que, por aquilo que lutamos e corremos e pela forma apaixonada como vivemos este jogo, merecíamos a vitória. Embora saiba reconhecer que os jogadores do Inter também têm motivos para pensar exactamente o contrário, ou seja, a vitória do Inter.

Num momento em que a bola estava nas bancadas, pergunto ao André quanto tempo faltava para o final do encontro. "2 minutos" foi a resposta que recebi - 2 minutos esses que foram os tais que resultaram da 2ª parte com 22 minutos.

Havia que apostar no ataque. Tínhamos de ganhar aquele jogo. Era um prémio para aquilo que lutamos. É então que o Diguinho conduz a bola até ao meio-campo, toca para a linhade fundo onde eu me estou a desmarcar, avanço uns metros (quase já sem forças, devido ao enorme desgaste físico) e cruzo para para a área onde vi uma mancha amarela e negra. E essa mancha amarela e negra era a entrada fulgurante do Diguinho a rematar sem espinhas para o fundo das redes, já na pequena área. Depois o que se seguiu foi indescritível, gritos, berros, festejos esfusiantes, camisolas atiradas ao ar, suplentes a entrar no campo para os festejos, gritos de GOLO, jogadores abraçados no chão a festejar. Quem esteve no pavilhão sabe ao que eu me refiro. Era o Diguinho a bisar (a corooar a nossa 2ª parte a todos os títulos fantástica) e agora tudo o que tínhamos a fazer era fecharmo-nos cá atrás, em 3-1.

Foi o que fizemos e, esses 2m pareceram eternos. E aí entra de novo o nosso Capitão Nelo em campo, com os dois olhos praticamente semicerrados, para substituir o Pedro. Quando finalmente soou o apito da equipa de arbitragem, foi como se nos tivessem tirado uma pedra de cima das nossas cabeças.

Era a vitória da nossa equipa, que tudo tinha feito para conseguir os 3 pontos.

Antes de partir para o resto das despedidas, permitam-me que envie um abraço sentido para toda a nossa equipa: ao Vitó, pelas defesas que fez na 1ª parte e pelas indicações tácticas; ao Diguinho pelos cortes fantásticos e pelos 2 golos; ao Nelo pela raça, garra e querer que muitos poucos no FFA devem ter que fez com que jogasse em campo com dois inchaços na cara; ao Sérgio pelo jogo que fez na 1ª parte e pelo seu apoio aos colegas; ao Nuno Tiago (que esteve de fora) pela força que nos transmitiu; ao Miguel, que embora tenha pecado por exagerado (desculpas ao pessoal do Inter), esteve sempre a puxar por nós; ao Bezerra pelo apoio passado para os que estavam lá dentro; ao Eloi (esteve de fora) pela força que nos deu para dentro de campo; ao Ruca pela sua técnica fantástica e pelo seu jogo fenomenal a pivot, pelas tabelas feitas, pela velocidade imprimida, pelas fintas, por tudo; ao Pedro pela incrível capacidade física e por jogar bem atrás e à frente, pelo bonito gesto técnico no 1º golo, pelos inúmeros cortes, pela raça com que joga; e, por fim mas não menos importante, para o Paulo, GR de última hora (nem sequer estava convocado), pelas enormes defesas, pela raça e querer com que jogou apesar de estar praticamente manco, pelos lançamentos para a frente de ataque, pelo amor ao clube, no fundo. E aos outros, que hoje não puderam comparecer (Rui e Nuno).

Um abraço também para o muito público que se deslocou ao Gaia United Arena para assitir a este grande jogo de futsal: para o pessoal dos Palankas (equipa que queria estrear-se contra nós, mas que não vai ser possível), que me pareceu malta bastante poreira; para os familiares e amigos do plantel do Inter, que compareceram em massa; para o Nélson (nosso colega do Secundário no Colégio de Gaia que já não víamos há muito e que foi lá torcer por nós); para o João do Portus (que, confesso não vi no pavilhão, mas disseram-me que esteve nas bancadas a assistir ao encontro, certamente a torcer pelo Gaia United :p), entre muitos outros que agora não me recorda.

Um abraço também para toda a malta do Inter, sem excepção. São uma equipa a todos os níveis fantástica, tecnicamente são incríveis, obrigado por este magnífico jogo, pela conversa no final do jogo, obrigado por este belo espectáculo de futsal, infelizmente com muitas lesões pelo meio, mas contra isso não há nada a fazer. Para eles as maiores felicidades, excepto no jogo InterDesportivo - Gaia United da 2ª Volta.

Um abraço, como não podia deixar de ser, para a equipa de arbitragem, composta pelo André, Sérginho e por outro jogador da Juventude (que agora não me recorda o nome). Fizeram a melhor arbitragem possível dentro daquilo que foi este jogo: quente, vivo, emotivo. Foi um jogo díficil de arbitrar, concerteza, mas o André e o Sérginho mostraram estar á altura das exigências. Um muito obrigado a eles pelo belo trabalho. Claro que tiveram erros. Se nos jogos mais calmos há erros, quanto mais nestes! Mas no geral penso que a arbitragem tem uma nota bastante alta.

Nota final apenas para dizer que houve 5 jogos que me marcaram desde que entrei para o FFA: o nosso baptismo frente ao Arsenal Oliveirense; o 2º jogo frente aos Cabasada; o jogo frente aos Tigres no Colégio de Gaia na recta final da Longa Vida; o jogo Portus - Gaia United da 1ª Volta da Mini-Liga; e o jogo de hoje. Mas sem dúvida que o jogo de hoje está, para mim, num patamar mais acima. Obrigado ao Inter por este jogaço e as melhoras para o Vitinha!


MARCADORES DOS GOLOS:
- Diguinho (2x).



Rodrigo de Almada Martins

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